segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

RISE YOUR VOICE - CLIMATE CHANGE

copenhaga

Raise your and our voice

LIMPAR PORTUGAL

VAMOS LIMPAR PORTUGAL

Clean up Portugal in one day - Limpar Portugal


Portuguese people are organizing similar cleanup; Our group is called "Limpar Portugal"

segunda-feira, 8 de junho de 2009

sexta-feira, 15 de maio de 2009

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Energie declara estar a "tentar perceber tão insólita decisão"

Energie declara estar a "tentar perceber tão insólita decisão"
Empresa apadrinhada por Sócrates e Pinho confirma perda de certificação solar
11.05.2009 - 17h30
Por Lusa
A empresa de painéis solares termodinâmicos Energie confirmou ter sido hoje à tarde notificada pelo laboratório alemão Dincercto do cancelamento da certificação solar dos seus produtos, manifestando-se "surpreendida" com "tão insólita" decisão.

"A Energie lamenta que apenas tenha sido notificada da decisão da Dincercto hoje ao início da tarde, depois do assunto ter sido divulgado na imprensa, sem qualquer possibilidade de contestar ou, no mínimo, perceber as razões que levaram a esta tomada de posição", refere a empresa em comunicado.

"Neste momento - acrescenta - a Energie está a fazer todas as diligências no sentido de perceber a razão de tão 'insólita' decisão".

No comunicado, a empresa da Póvoa de Varzim diz ter sido "surpreendida" com a notícia de hoje do jornal PÚBLICO que dava conta da perda da certificação, garantindo ter tido conhecimento deste facto pela comunicação social.

O jornal PÚBLICO noticiou hoje a retirada pela Dincercto da certificação 'SolarKeymark' que este laboratório havia atribuído à Energie a 10 de Março deste ano, após um "intenso debate ao longo do último mês na indústria europeia do solar térmico".

Com a perda da certificação, a empresa - que integra a lista de entidades autorizadas para a campanha governamental de apoio à compra de painéis solares térmicos e já tinha requerido a sua inclusão na lista de equipamentos solares obrigatórios para os edifícios novos - deixa de ter os seus produtos classificados como "solares" e, consequentemente, de poder aceder a estes programas.

Recentemente, a Energie recebeu a visita do primeiro-ministro, José Sócrates, e do ministro da Economia, Manuel Pinho, no âmbito da promoção da compra de painéis solares térmicos.

Em causa está o facto de os painéis fabricados pela Energie alegadamente recorrerem como fonte principal, e não subsidiária, à energia eléctrica, contrariamente ao que acontece com os colectores solares térmicos.

Segundo documentos a que o PÚBLICO teve acesso, o equipamento da empresa portuguesa tem um sistema eléctrico de apoio de 1,2kW, quando um colector solar térmico corrente não precisa de mais do que 0,1kW, o que se traduz numa "expressiva factura eléctrica".

"Ou seja" - avança o jornal - "quem compra um sistema como o referido a pensar que é um colector solar térmico pode ver a sua conta de electricidade aumentar em vez de diminuir".

Empresa de energia apadrinhada por Sócrates e Pinho perde certificação

Empresa de energia apadrinhada por Sócrates e Pinho perde certificação
11.05.2009 - 07h16
Por Lurdes Ferreira
A empresa Energie, da Póvoa de Varzim, perdeu a certificação de produtora de equipamentos solares térmicos, apurou o PÚBLICO. O laboratório alemão que tinha certificado os seus produtos retirou-lhe essa classificação, no final da semana passada.

A empresa, liderada pelo presidente da Associação Comercial da Póvoa de Varzim, Luís Rocha, disse ontem "não ter conhecimento da decisão". Esta foi tomada ao nível do grupo europeu de certificadores, ao fim de quase um mês de discussão conhecida pelo sector, tendo sido veiculada informação sobre o assunto junto das entidades ligadas ao processo. A decisão da entidade certificadora alemã foi conhecida na passada quinta-feira, dia 7, segundo documento a que o PÚBLICO teve acesso.

Anulada a certificação, os equipamentos da Energie já não poderão ser classificados como "solares". A empresa - que tinha recebido a visita do primeiro-ministro e do ministro da Economia no âmbito da promoção à compra de painéis solares térmicos e tinha sido enaltecida pelo seu projecto - deixa, assim, de ter condições para aceder aos programas de apoio à instalação destes equipamentos e deixa também de ser elegível para equipar, como tal, os novos edifícios.

Esta é a grande consequência a retirar da decisão tomada pelos órgãos europeus responsáveis pela certificação nesta área e que dá razão aos especialistas portugueses Eduardo Oliveira Fernandes, Manuel Collares Pereira e Manuel Ferreira dos Santos, que alertaram para a situação. Tal como o PÚBLICO revelou nas suas edições de 24 e 25 de Março passado, acusavam a empresa de confundir os consumidores vendendo sistemas de bomba de calor (anunciados como painéis solares termodinâmicos) como se de colectores solares térmicos se tratasse.

A empresa legitimava a sua pretensão baseada na certificação "Solar Keymark" que lhe fora atribuída pela Din Certco, uma entidade certificadora alemã, em 10 de Março de 2009, a mesma que agora a retirou, menos de um mês depois. Os responsáveis alemães informam agora que "a certificação Solar Keymark para sistemas solares térmicos deixou de ser válida" para a Energie.

Pelo meio ficaram várias discussões ao nível do grupo de trabalho de 'standardização' e certificação da ESTIF - Federação Europeia da Indústria Solar Térmica, que acabou por recomendar, já em Abril, o cancelamento da certificação à Energie, por considerar terem sido "usados procedimentos de teste modificados" e por não ter sido seguida a norma devida para os sistemas de bomba de calor/solar.

Contudo, deixava a decisão final a cargo das entidades de certificação - seguindo um procedimento instituído de debate conjunto perante casos que suscitem dúvidas, mas que não foi inicialmente seguido com a Energie.

Devido ao desenvolvimento tecnológico, e sempre que surjam dúvidas, tornou-se prática entre o reduzido universo de cinco organismos certificadores reconhecidos na União Europeia para os equipamentos solares térmicos - da qual faz parte o português Certif - a discussão conjunta dos projectos de "zona cinzenta". Esta antecede a concessão ou não da certificação para os casos que se encontram na fronteira do que pode ser ou não considerado como solar térmico. Não aconteceu neste caso.

A entidade portuguesa optou, entretanto, por não tomar parte na discussão entretanto surgida. Sem o voto português, o cancelamento da certificação da Energie foi decidido entre os outros quatro órgãos: SP Certification, da Suécia, Icim, da Itália, Elot, da Grécia e a própria Din Certco, que encomendara os testes da Energie ao laboratório ITW.

Um ponto para o qual não se encontra resposta imediata é o facto de a folha de resultados do teste, anexa ao certificado, incluir já indicações que suscitariam reservas. No certificado passado à Energie, afirma-se que "o sistema é um sistema de água quente solar doméstica no qual o circuito solar funciona com base numa bomba de calor". Também diz que o equipamento da empresa portuguesa tem um sistema eléctrico de apoio de 1,2 kW, quando um colector solar térmico corrente não precisa de mais do que 0,1 kW. Apesar disso, o certificado foi atribuído.

Embora a questão pareça iminentemente técnica, o alcance é sobretudo económico. Na parte técnica, o que está sobretudo em causa é o facto de os chamados painéis da Energie usarem a energia eléctrica não de forma subsidiária, mas como fonte principal, o que não acontece com os colectores solares térmicos. O resultado é uma expressiva factura eléctrica que os colectores solares térmicos não têm. Ou seja, quem compra um sistema como o referido a pensar que é um colector solar térmico pode ver a sua conta de electricidade aumentar em vez de diminuir.

Lado económico: conseguir que um sistema de bomba de calor seja classificado como solar térmico abre a porta a mais e novos negócios, já que a energia solar beneficia de vários incentivos fiscais e financeiros, pela Europa fora, que promovem a sua procura. A empresa já tinha sido incluída na lista de entidades autorizadas para a campanha governamental de apoio à compra de painéis solares térmicos e já tinha requerido também a sua inclusão na lista de equipamentos solares obrigatórios para os edifícios novos.

O Ministério da Economia diz "não ter informação oficial" sobre o assunto. "Se for dada, acrescenta, a situação será reanalisada".

O gabinete do ministro da Economia diz que "se receber informação oficial, a situação [da Energie] será reanalisada

terça-feira, 5 de maio de 2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

sábado, 18 de abril de 2009

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Aeroporto de Lisboa avança sem estudo de impacto ambiental

Aeroporto de Lisboa avança sem estudo de impacto ambiental

publicado 09:30 08 Abril '09

O concurso para a construção do novo aeroporto de Lisboa vai avançar sem o estudo de impacto ambiental. A NAER, empresa responsável pelo projecto, diz que as quatro propostas para a elaboração do estudo foram rejeitadas por conterem

As datas para a construção do novo aeroporto de Lisboa não vão sofrer alterações apesar do concurso para a sua construção ir avançar sem o estudo de impacto ambiental já que as quatro propostas apresentadas foram rejeitadas devido a regularidades.

Apesar de terem sido rejeitadas, a NAER garante que as propostas vão voltar a ser analisadas depois de serem reformuladas, ou seja, depois de serem retiradas as irregularidades que agora foram detectadas.

Apesar deste percalço o presidente-executivo da NAER - Novo Aeroporto, Carlos Madeira, já esclareceu que a conclusão do estudo de impacto ambiental não é uma condição necessária para que o concurso para a privatização da ANA e construção da infra-estrutura seja lançado.

Carlos Madeira afirmou em conferência de imprensa que o que não pode acontecer é "iniciar a obra de construção do aeroporto sem ter uma declaração de impacto ambiental e isso não vai acontecer".

Também o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, já tinha confirmado na passada semana que o concurso para a construção do novo aeroporto e privatização da ANA será lançado até ao final de Junho, altura em que o estudo de impacto ambiental ainda estará a decorrer.

Recorde-se que a privatização da ANA vai anteceder a concessão e construção do novo aeroporto de Lisboa na zona do Campo de Tiro de Alcochete, que deverá estar concluído em 2017, segundo o calendário do Governo.

Quem comprar a ANA ficará com a concessão do novo aeroporto, um investimento que ronda 4,9 mil milhões de euros, incluindo a construção e o valor a investir no período da concessão.

Na corrida à privatização da ANA e construção do novo aeroporto estão, para já, dois consórcios: o Asterion, liderado pela Brisa e pela Mota-Engil e um agrupamento encabeçado pela Teixeira Duarte e pela espanhola Ferrovial.


terça-feira, 7 de abril de 2009

sexta-feira, 27 de março de 2009

"Apagão" de sábado pode "perturbar segurança da rede" eléctrica

"Hora do Planteta" vai notar-se em três mil cidades do Mundo, em protesto contra as alterações climáticas.

O presidente da empresa que gere as redes de transporte de electricidade em Portugal, a REN, admitiu à Lusa que que o apagão global organizado para sábado pela WWF "pode ser perturbador da segurança da rede".

O presidente da REN, José Penedos, adiantou que a iniciativa "Hora do Planeta", que tem como objectivo um apagão de uma hora em 3.000 cidades contra as alterações climáticas, pode "provocar instabilidade de transporte da energia eléctrica a nível europeu".

Em Portugal, que pelo primeiro ano adere oficialmente à iniciativa do Fundo Mundial para a Natureza (WWF - World Wildlife Fund), serão sete as cidades envolvidas no apagão: Lisboa, Tomar, Águeda, Vila Nova de Famalicão, Funchal, Almeirim e Guimarães.

O presidente da REN explicou que "teoricamente, se houver uma grande adesão, poderá haver alguma perturbação da rede" em Portugal, mas ressalvou que a a empresa "está preparada".

"Isto pode tornar-se um problema global, já que teremos que estar atentos às redes europeias transfronteiriças", acrescentou o mesmo responsável.

Penedos, que disse ter alertado a WWF para as suas preocupações, afirmou ainda que a REN "tem consciência do que pode acontecer, até porque já há um historial sobre iniciativas desta natureza".

As preocupações da REN (Redes Energéticas Nacionais), a empresa que gere as concessionárias de serviço público de transporte de electricidade, resultam do funcionamento dos geradores que colocam a energia da rede, que têm de estar equilibrados com o consumo.

Quando não há consumo, a energia injectada na rede está em sobrecarga, o que pode destruir os pontos de rede.

Ou seja, para evitar a destruição dos pontos de rede quando não há consumo - e de forma súbita, como por exemplo num apagão - a REN tem de baixar de imediato a produção dos geradores.

Os problemas de gestão de rede avolumam-se a partir deste momento, uma vez que mesmo que a REN baixe a produção dos geradores estes não respondem de forma instantânea.

Partindo do princípio que depois do protesto ninguém vai ligar as luzes ao mesmo tempo, a resposta da REN será a de colocar os geradores que ligam e desligam mais rápido para ter uma resposta também mais rápida.

Por outro lado, a empresa que gere as redes em Portugal vai igualmente precisar da ajuda da Europa, para que se houver um excesso de energia na rede se possa recorrer à rede europeia eléctrica para absorver esse excesso.

Nos cálculos da REN para este protesto surge um outro dado: o grande consumo de electricidade em Portugal vem da indústria e essa não deverá parar.

Uma porta-voz da WWF Portugal, Ângela Morgado, disse à Lusa que "a REN não alertou a organização" para estes eventuais problemas.

"Quando lançámos a iniciativa em Portugal, marquei uma reunião com EDP, que disse que desde que haja informação, desde que todas as entidades soubessem desde o inicio do apagão, haveria um ajuste da rede, proceder-se-ia à projecção de um consumo menor nessa noite e que a situação seria minimamente controlada", explicou.


http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1182312




quarta-feira, 25 de março de 2009

Atribuição de incentivos à compra de painéis solares "é uma fraude"

O autor da política energética do actual Governo, Oliveira Fernandes, classificou como "uma fraude" a atribuição de incentivos à compra de painéis solares fotovoltaicos como sendo produtores de energia solar.

"Estar a utilizar as verbas que foram anunciadas para a energia solar como incentivos para a compra de painéis fotovoltaicos é uma fraude", disse à agência Lusa Oliveira Fernandes, professor da Faculdade de Engenharia do Porto e presidente da Agência de Energia do Porto.

Oliveira Fernandes acusou a empresa Energie, cuja fábrica na Póvoa de Varzim foi visitada quinta-feira pelo primeiro-ministro, José Sócrates, de estar a fazer "publicidade enganosa", ao referir no seu site que os painéis solares fotovoltaicos têm rendimento superior aos colectores solares.

"O site diz que o sistema deles funciona com sol, céu nublado, chuva e à noite. Vê-se logo que não é solar. É por isso que tenho vergonha deste país", afirmou Oliveira Fernandes, criticando José Sócrates e o ministro da Economia, Manuel Pinho, por se terem associado ao "embuste" da Energie, ao apelarem aos portugueses para que comprem os seus painéis.

"O lapso político do senhor primeiro-ministro e do senhor ministro da Economia acontece manifestamente por falta de competência técnica no Governo, por falta de assessoria, aconselhamento", afirmou o ex-secretário de Estado da Energia.

Na opinião do professor universitário, a Energie "é uma fábrica de bombas de calor", dado que os painéis que produz "até podem captar calor da água ou do solo".

Oliveira Fernandes salientou que o coeficiente de performance (COF) dos painéis da Energie "deverá andar à volta de dois, o que é um valor ridículo".

O especialista explicou que a bomba dos painéis fotovoltaicos necessita de electricidade para funcionar, produzindo em média apenas o dobro da energia que consome.

"Muitos dos colectores solares também precisam de uma bombinha. Mas, em média, a energia que captam do Sol é 50 vezes superior à que consomem. A relação é de dois para 50. Não estamos a falar do mesmo campeonato", frisou.

Oliveira Fernandes realçou que, dadas as características climatéricas do país, "são os colectores solares que interessam a Portugal", e não os painéis fotovoltaicos, mais adequados a países frios do Norte e centro da Europa.

Em comunicado distribuído hoje, a Energie garante que os seus painéis solares "estão certificados pela SolarKeymark, a primeira marca de qualidade reconhecida internacionalmente para os produtos solares térmicos, e DINGetpruft, atestadas pelo organismo alemão mundialmente conhecido Dincertco".

"Estas certificações atestam o produto da Energie como sistema solar térmico", realça a empresa, anexando cópia de um dos certificados.

Oliveira Fernandes argumentou que o certificado atribuído à Energie "não é nada do que estão a comercializar", mas fonte da empresa garantiu à Lusa que "os painéis que a Energie vai vender com base no protocolo assinado com o Governo são certificados como sistema solar térmico".

O primeiro-ministro apelou segunda-feira à compra de painéis solares pelos portugueses, no âmbito do programa do Governo de incentivo ao uso de energias renováveis, destacando o impacto positivo que terá na economia a vários níveis.

"Se [os portugueses] querem dar um bom contributo para, em primeiro lugar, reduzirem a sua factura energética e gastarem menos dinheiro com o aquecimento da água, se querem dar um contributo para o seu país, para haver mais emprego e mais dinamismo económico, por favor instalem painéis solares nas suas casas, aproveitem este programa do Governo", afirmou José Sócrates durante uma visita à empresa produtora de painéis solares termodinâmicos Energie, na Póvoa de Varzim.



IN JN 25/MAR/2009

Especialistas de energia denunciam "embuste" na visita de Sócrates e Pinho à Energie

A visita de José Sócrates e de Manuel Pinho às instalações da Energie para assinalar a segunda fase de expansão da fábrica que produz o que designa por "painéis solares termodinâmicos" está a desencadear uma série de protestos por parte dos principais responsáveis pela investigação e indústria solar no país.

"É uma empresa que assenta a sua propaganda num embuste", denuncia Eduardo Oliveira Fernandes, ex-secretário de Estado da Energia e académico que desenhou a política energética do actual Governo, no que é acompanhado por Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal e presidente da Sociedade Portuguesa de Energia Solar (SPES), e por Manuel Collares Pereira, considerado um dos principais especialistas em energia solar no país, ex-investigador do INETI e responsável pela empresa fabricante de painéis solares térmicos Ao Sol. Os três especialistas clamam que o produto da Energie, fabricado na Póvoa de Varzim, é "publicidade enganosa" - mostram tratar-se de uma bomba de calor accionada a electricidade com apoio secundário em energia solar e não de um painel solar térmico - e atribuem o incentivo político do primeiro-ministro e do ministro da Economia, com a visita efectuada, a uma possível ausência de apoio técnico adequado pelos respectivos gabinetes.

Também a associação ambientalista Geota se associa às críticas. "A pretexto de vender energia solar, [a Energie] vende mais electricidade", diz Manuel Ferreira dos Santos, um dos responsáveis da organização, que equipara o funcionamento do sistema da Energie a um "frigorífico ao contrário" que continua a ser alimentado por energia eléctrica, não solar, restando o que diz ser uma "acção de marketing bem conseguida".

Os especialistas referidos sublinham que a tecnologia da Energie "não está em causa" enquanto bomba de calor. "Sendo eficiente" e uma tecnologia conhecida há mais de duas décadas, frisam que esta "não é energia solar".

Ontem, na visita dos dois governantes à fábrica, o presidente da Energie, Luís Rocha, que se tem batido pelo reconhecimento do seu produto como tecnologia solar, era um homem satisfeito, ao revelar que a empresa foi considerada parceira do Governo no programa de apoio à instalação dos painéis solares térmicos. Esta inclusão permite à Energie aproveitar a onda de incentivo ao sector solar térmico em termos de mercado e aceder a apoios majorados. Um reconhecimento formal como tecnologia solar terá, no entanto, de passar por outras instâncias, nomeadamente a Comissão Europeia, com os especialistas a admitirem que Bruxelas chumbará a ideia.

Os chamados painéis solares termodinâmicos na origem da discórdia usam o mesmo princípio dos frigoríficos, mas ao contrário. Ou seja, enquanto um frigorífico usa o condensador (grelha nas traseiras) e o evaporador (chapa no interior) para arrefecer o ar interior do aparelho aquecendo o de fora (a grelha preta traseira está normalmente a uma temperatura superior à temperatura ambiente), a tecnologia da Energie usa o mesmo condensador e evaporador, com recurso a electricidade, para aquecer a água (podia ser ar). O painel colocado no telhado funciona como evaporador: recebe a temperatura do ar ambiente exterior, que se junta à energia produzida pelo equipamento, contribuindo para aumentar a sua eficiência.

Em relação a equipamentos congéneres de aquecimento térmico a electricidade, estas bombas de calor de água são consideradas mais eficientes. Do ponto de vista técnico, o sistema da Energie é classificado fora da energia solar, dado consumir 10 vezes mais energia eléctrica do que um colector solar térmico.

IN PÚBLICO
24.03.2009 - 08h53
Por Lurdes Ferreira com Ângelo Teixeira Marques

domingo, 22 de março de 2009

Productivity Future Vision

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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

PORTUGAL no seu melhor

Aconselho vivamente a ver o vídeo. Afinal somos bons em alguma coisa.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

"Portugal tem condições para ser porto de entrada de gás para a Europa"

"Portugal tem condições para ser porto de entrada de gás para a Europa"
Público
Lurdes Ferreira


A custo, ucranianos e russos parecem ter chegado a acordo para o gás natural voltar a correr nos gasodutos europeus, mas o problema está longe de resolvido e longe de ser europeu. "Temos um problema mundial de energia e não é para deixar de dormir. É para tomarmos acções, para nos libertarmos do impacto das crises do problema", aconselha Eduardo Oliveira Fernandes, "pai" da linha política do plano energético do actual Governo e defensor de soluções sustentáveis apoiadas nas energias renováveis.
Garante que nos próximos anos não há alternativa ao gás natural, por muito que se condene a crescente dependência europeia e a aparente contradição face aos objectivos de desenvolvimento das energias renováveis na União Europeia. Se há ciclo lento de mudança é na energia e as previsões indicam que o petróleo continuará a dominar por mais umas décadas. "Daqui a 20 anos, estaremos a consumir mais 20 a 30 por cento de petróleo do que hoje - está para durar - e sabemos que o gás natural vai aguentar mais uns 50 anos", afirma este académico. Contudo, reconhece que para a opinião pública, "custa a entender" essa previsão, perante tantas iniciativas em defesa das energias limpas.
A importância do gás natural não cresceu apenas devido às imensas reservas em países como a Rússia e o Irão, mas sobretudo porque é o menos poluente dos combustíveis fósseis e com elevado poder calorífico. "É o herdeiro das energias fósseis e, neste momento, o grande companheiro das energias renováveis para assegurar a transição de paradigma".
Não há, aparentemente, volta (realista) a dar em relação ao gás natural. A dependência das economias vai aumentar para alimentar as muitas centrais de ciclo combinado que se planearam, sobretudo na Europa, mesmo que uma parte nunca arranque. Perante a evidência de que o gás natural será o combustível de substituição por excelência do petróleo, precisam-se de "boas estratégias". Em vez de contas rigorosas sobre cenários que não se controlam, o que desfaz qualquer estudo bem intencionado - como mostraram os últimos meses - "deve-se ter uma posição estratégica sobre o assunto e de valores não perecíveis". Os preços caíram, quando todas as previsões apontavam para a pressão altista, e com isso os grandes investimentos estão hoje em causa: "Não sabemos o valor deles daqui a dez anos".
Nestas crises que se sucedem na Europa de leste e central quando chega o rigor do Inverno, Portugal tem sido sobretudo espectador. A beneficiar das "decisões louváveis", do final dos anos 80 e início de 90, de construção do gasoduto para a Argélia e do terminal em Sines, por serem "investimentos absolutamente essenciais para o próximo meio século", o país - diz Oliveira Fernandes - tem, mesmo assim, "andado a dormir na forma". Refere-se ao seu potencial estratégico internacional, por "ter condições para ser porto de entrada de gás para a Europa", dando mais estabilidade e melhor acesso aos recursos, e à necessidade de um uso mais eficiente desta matéria-prima. Dá mais importância a estes pontos do que ao sobe e desce dos preços. Este é apenas "um fenómeno de vibração".
A aposta no uso eficiente de gás passa pelos lares mas também pelas empresas. Nestas, o problema que também é a solução chama-se co-geração, a tecnologia de grande eficiência que converte o gás em electricidade e calor ao mesmo tempo. Contudo, a co-geração tem sido sobretudo incentivada através de subsídio às tarifas eléctricas, sendo a produção de calor "subalternizada".
Cruzar gás com solar
"A co-geração não pode ter como objectivo produzir electricidade e o 'resto' ser aproveitamento de calor. O calor tem de ter preço, é a mais-valia desta operação e o que faz aumentar o seu rendimento", defende este especialista. Ou seja, as empresas não podem procurar a co-geração apenas por causa da electricidade, têm de consumir efectivamente calor ou frio, caso contrário a eficiência não passa de teoria.
Quanto ao consumo doméstico, Oliveira Fernandes tem na cidade do Porto, a cuja agência de energia preside, uma boa explicação para o que foi um mau exemplo. "Foi durante muitos anos instrumentalizada para utilizar apenas electricidade e agora tem necessariamente resistências à mudança para gás natural". Essa substituição constitui um dos grandes objectivos da agência pelo impacto que tem na redução de emissões de carbono do país, sabendo-se que as cidades são as maiores produtoras de CO2.
Por exemplo, aquecer uma chávena de chá com gás produz metade do dióxido de carbono do aquecimento a electricidade. Como? Fazendo contas às emissões das centrais a carvão do sistema eléctrico, às suas taxas efectivas de rendimento (60 por cento no ciclo combinado) bem como às perdas no transporte (10 por cento). O carvão "chega" aos lares com rendimentos que podem chegar a 30 por cento, garante este especialista.
Oliveira Fernandes defende que na racionalização de recursos e incentivos, o Estado devia apostar em dar condições às distribuidoras de gás natural e aos consumidores para uma maior generalização do gás natural nas cozinhas e para aquecimento de água, em projectos eventualmente associados com água aquecida por painéis solares térmicos -a tendência do futuro. "Isso sim, permite reduzir significativamente as emissões", comenta. Seriam recursos mais bem empregues, na sua opinião, do que em auditorias energéticas aos edifícios do Estado. "Vai-se gastar dinheiro e a eficácia vai ser baixa".
É essa racionalidade que defende existir no sistema de co-geração que alimenta a Parque Expo desde há uma década e do qual foi o autor. "Antecipámos na altura que um cidadão na Expo consumiria metade da energia do que um cidadão das chamadas avenidas novas e com emissões mais de 50 por cento inferiores".
As soluções que cruzam gás natural e energia solar tendem a crescer no futuro. "Setenta por cento de sol e trinta por cento de gás é a melhor combinação", sustenta, para um decréscimo real de pressão na rede e de emissões de carbono. Um quarto da factura energética das famílias é em água quente nos banhos e na cozinha.
É por isso que defende que uma nova política para o consumo de gás natural em Portugal deve passar também por uma nova regulação, que premeie soluções inteligentes no uso combinado de gás natural e energia solar.
Aí sim, as emissões baixarão e não será graças ao mercado de licenças de emissões de CO2, que se dinamizou com o baixo preço da tonelada de carbono e a disponibilidade em pagar (para poluir), "e não por existir um programa bem sucedido de eficiência".